D.O de 23/11/89 – Seção I- Pág. 67
Projeto de lei n°588, de 1989.
Dá denominação a estabelecimento de ensino.
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Decreta:
Artigo I° - Passa a denominar – se Maria de Lourdes Teixeira, a Escola Estadual de Primeiro Grau, do Jardim Maria Beatriz, em Carapicuíba.
Artigo I I° – esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Justificativa.
Maria de Lourdes Teixeira, que pertenceu a academia paulistana de letras, nasceu em São Paulo, a 25 de março de 1907, filha de Avelino Teixeira e de Querubina Stela de Resende Teixeira. Pelo lado paterno descende dos fundadores de São Pedro, e pelo lado materno é bisneta do Barão de Lorena e trineta do Marquês de Valença.
Aprendeu as primeiras letras com a mãe e frequentou o colégio Sagrado Coração de Jesus, em campinas e terminou-o na escola normal Padre Anchieta, em São Paulo. Ainda mocinha publicou os primeiros contos na revista “Papel Tinta” na década de 1920, revista fundada e dirigida por Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade. Cansando-se, por imposição do marido interrompeu a carreira literária e passou a dedicar-se á leitura e ao estudo. Desquitando-se, a partir de 1944 passou a ocupar-se da literatura, e desde então, particularmente nos jornais “O Estado de São Paulo” e na “Folha de São Paulo”. Em 1969 foi eleita para a cadeira 12 da Academia Paulistana de Letras, na vaga de René Thiollier. Sua eleição alcançou grande repercussão, visto ser a primeira mulher, depois da fundadora Presciliana Duarte de Almeida, a ser eleita para o sodalício Paulista.
Romancista, contista, ensaísta tradutora e conferencista têm sido consagrada por numerosas distinções: prêmios da Academia Brasileira de Letras, da Academia Paulista de Letras, do pen clube, da Câmara Brasileira do livro, Prefeitura Municipal de São Paulo. Recebeu diversas medalhas culturais.
Da escritora Maria de Lourdes Teixeira, disse Paulo Bonfim, em seu necrológio.
Vazio o ” Banco de Três Lugares” . Águas de pranto de “Alfeu e Aretusa”, raiz amarga “mergulha no chão do nunca Mais”.
Na rua Augusta as motocicletas Silenciam, e o criador de centauros busca na planície deserta o rastro de luz da “virgem noturna”.
“Esfinges de papel procuram decifrar o passa tempo e um pátio de donzelas aporta na solidão” de “Ilha salamandras”.
“Todas as horas de um homem “posam na elepsidra das mãos vazias“. Maria de Lourdes Teixeira partiu em sua carruagem alada”.